Como nasce o conservadorismo?

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Olá, meus amigos! Espero que estejam bem. Nos últimos anos, podemos observar que o termo “conservador” tem sido utilizado com mais frequência. Assim como a nomenclatura é usada muitas vezes, existem também várias interpretações sobre o que significa ser um conservador. Aproveitando que hoje é o Dia do Conservador, durante as próximas semanas, a partir de hoje, aqui no nosso site, falaremos sobre esse conceito que pode servir como uma espécie de “norte ideológico” para nós que temos a intenção de proteger a instituição família, dentre outros valores que consideramos fundamentais na nossa sociedade. Mas, antes de qualquer coisa, precisamos entender como nasce o conceito e a partir de que contexto histórico, para então conseguirmos projetar sua aplicabilidade nos dias atuais.

Dentre os principais nomes do conservadorismo que conhecemos, precisamos falar sobre o que considero o principal. Edmund Burke (1729-1797) realiza seus ensaios a partir do contexto antes, durante e após a revolução francesa. A partir disso, podemos entender que se inicia uma queda das monarquias pelo mundo e os valores absolutistas já não estavam tanto em vigor como antes. Após o fim da monarquia francesa, as pessoas começam a enxergar um mundo mais igualitário e sem tanto poder do Estado, como se tinha com os reis e soberanos. Um exemplo claro disso é o Brasil, que recebeu algumas melhorias, como universidade, comércio exterior, dentre outros, devido à perseguição de Napoleão à família real portuguesa, que optou por se refugiar no Brasil e por isso decidiu trazer tais avanços, visando seu conforto. A partir disso, podemos entender o início das ideias de Burke. 

O texto chamado “Reflexões Sobre a Revolução Francesa” (Reflections on the Revolution in France) pode ser considerado fundamental para o surgimento do pensamento conservador de Burke. A partir disso, podemos ver que o texto defende em sua base alguns princípios básicos para a manutenção do conservadorismo e iremos listá-los aqui.

  1. Pluralidade religiosa – Burke acredita que o país não deva possuir uma religião oficial, pois isso fere o princípio da liberdade individual.
  2. Oposição ao absolutismo – Aqui defende-se que se o rei ou governante for tirano e autoritário, ele deve ser deposto do cargo, independente da forma que isso se dê.
  3. A concentração do poder em um só grupo – O poder acumulado em uma só esfera é prejudicial a qualquer regime democrático. E isso pode ser pensado a partir de qualquer camada, seja ela  a coroa (ou governante), o congresso ou até mesmo o povo. A partir disso, entende-se que o poder deve estar balanceado, pois uma instituição deve fiscalizar a outra, para garantir um equilíbrio democrático.
  4. A favor da propriedade privada – Nesse caso, Burke acredita que as pessoas podem ser livres para ter sua posse. O contrário disso seria o Estado ter total controle sobre os bens dos respectivos cidadãos.
  5. A favor do livre comércio – A população aqui é livre para comercializar produtos entre países, sem a proibição de Estados.

Em uma de suas frases mais conhecidas, Burke diz que: “O uso da força tem apenas um efeito temporário. Pode subjugar por certo tempo, mas não remove a necessidade de subjugar novamente: é impossível governar uma nação que deve ser reconquistada eternamente.” Disso podemos tirar a ideia de que uma sociedade baseada na tirania não se sustenta nesse tipo de regime. E para que tal “governo” se mantenha ele precisa sempre estar subjugando essa sociedade. Exemplos históricos nos mostram que governos totalitários não se sustentaram por muito tempo. Te agradeço por ficar  até aqui e em breve falaremos mais sobre o conservadorismo. Abraço a todos!